Chacoalha no Trem: Meu Processo Criativo e a Crônica do Cotidiano no Transporte Público
Escrever a música “Chacoalha no Trem” foi uma experiência única de observação e transformação do cotidiano em arte e nesse post vou falar um pouco sobre esse processo criativo. O transporte público sempre me fascinou como espaço onde vidas se cruzam, histórias breves acontecem, e a rotina se transforma em uma espécie de microcosmo. Quis trazer essa experiência para a música, e cada verso é uma homenagem ao movimento incessante e à poesia escondida nas viagens diárias de trem.
A Poética do Trem: Como o Cotidiano Inspira a Criação Musical
A letra de “Chacoalha no Trem” nasceu da minha vivência no transporte público. Todos os dias, milhões de pessoas compartilham esses espaços, sejam os trens, metrôs ou ônibus. Para mim, isso sempre foi algo digno de ser cantado. A música reflete essa rotina através de uma repetição constante: “chacoalha no trem tão cedo, chacoalha no trem tão cheio”. O “chacoalhar” não é só uma ação física, mas também uma metáfora para o vai e vem da vida de quem depende do transporte público.
O Processo Criativo por Trás de “Chacoalha no Trem”
O processo criativo de “Chacoalha no trem” começou com essa ideia de capturar o ritmo do trem. A repetição quase hipnótica de “chacoalha” no refrão reflete o balanço contínuo do vagão, o movimento de ir e vir que nunca para. Ao mesmo tempo, a letra carrega um senso de resignação e exaustão, algo que percebo nas expressões das pessoas em cada viagem.
A música faz uma crônica sobre o que eu via e sentia. O bebê no colo de alguém, o estranho adormecendo no ombro de outra pessoa, os vendedores ambulantes gritando suas mercadorias, e até as cenas mais bizarras como alguém cortando as unhas do pé no vagão – tudo isso compõe o cenário dessa viagem diária. São detalhes pequenos, mas que juntos formam o retrato de uma realidade compartilhada.
A Crônica Urbana no Transporte Público
A letra segue o fluxo das imagens que vêm e vão, como o trem que nunca para. Falo de cenas como um homem orgulhoso gritando sobre o “selo da Naza”, que na verdade se refere à sua vizinha Nazaré, enquanto descasca legumes no vagão. Esses elementos trazem uma mistura de humor e estranheza que só quem vive o transporte público consegue entender.
O refrão reflete essa exaustão coletiva: “Chacoalha no trem tão cedo, chacoalha no trem tão cheio.” A repetição reforça o cansaço, mas também uma aceitação quase automática de que o trem segue, assim como a vida segue.
Imagens do Cotidiano: Pequenos Detalhes no Trem
Ao escrever “o caminho é tão longo, a semana é tão longa”, eu queria capturar a sensação de que o tempo se arrasta, especialmente para quem passa horas no transporte público. Mas, ao mesmo tempo, há uma resiliência nas pessoas que fazem esse trajeto todos os dias. A semana é “gigante”, como digo na letra, mas sobreviver ao trem é uma metáfora para sobreviver ao ritmo da vida.
A música é uma celebração dessas pequenas histórias que testemunho no dia a dia, mas que às vezes passam despercebidas. É uma crônica urbana e uma homenagem à resiliência das pessoas que enfrentam essa rotina, tanto no trem quanto fora dele.
Conclusão: O Trem Como Símbolo de Resistência e Poesia
“Chacoalha no Trem” é, em última análise, uma reflexão sobre o cotidiano. O trem se torna um símbolo tanto de exaustão quanto de resistência, um espaço onde sonhos e cansaços coexistem. Assim como no trecho final da música “Canto do meu canto, amanhã volto e viva o trem”, a mensagem é clara: o trem segue, a vida segue, e mesmo nesse caos rotineiro há espaço para poesia e resiliência.
Gostou dessa reflexão sobre o processo criativo de “Chacoalha no Trem”? Leia também sobre o processo de Terra Planta
Compartilhe suas próprias experiências com o transporte público nos comentários! Para ouvir a música completa, confira o EP “Um Canto do Meu Canto” nas plataformas de streaming.
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